Padre Williams Oliveira, 40 anos, liderança religiosa e política com 11 anos de vivência no município de Itaporanga D’Ajuda, mas hoje com sacerdócio aplicado em Nossa Senhora do Socorro, não dá por certo, pelo menos ainda, o seu apoio à pré-candidatura de Gracinha Garcez nas eleições do ano que vem.

Comentários de que padre Williams Oliveira teria fechado acordo com Gracinha circularam em mídias sociais de Itaporanga esta semana. Padre Williams não desmente que tem conversado política com a ex-prefeita da cidade. “Olhe, estamos, eu e a Gracinha, em conversas, sim. Não posso afirmar diretamente que decidimos por apoio ou acertos. Só posso dizer que nós estamos em conversa”, afirma ele.

Padre Williams Oliveira fundamenta porque não quer e nem pode se pronunciar agora sobre quais as probabilidades de essas conversas evoluírem para um apoio efetivo. “Para não criar perspectivas no povo. Qualquer conversa agora vai me prejudicar. Eu estou esperando resposta mais para a frente, se vai se consolidar ou não. Só está dependendo deles e das conversas. Estamos amadurecendo para ver o que é melhor para o nosso povo em Itaporanga”, diz.

“Sou aracajuano, mas criei um laço familiar com todo o povo de Itaporanga. Eu sei da dificuldade e do sofrimento do povo dali. Sei das injustiças. Eu acompanhei de dia à noite o povo dali. Hoje mesmo já levei cestas básicas a algumas pessoas de lá. Mesmo tendo saído de Itaporanga há seis anos, nunca deixei de dar assistência àquele nosso povo”, afirma o padre.

Além de “depender das conversas” de Itaporanga, duas outras circunstâncias bem claras nisso tudo o padre Williams Oliveira não nega: a primeira delas, é a de que gosta muito de política como extensão do bem comum e de que tem pretensão de um dia botar o pé nessa atividade. A segunda, e bem que poderia ser a primeira, é que nada fará sem o consentimento expresso da Igreja, por dever de ofício, e do arcebispo Dom João José Costa. “Eu só dependo do bispo, que é a pessoa a quem eu devo obediência. Meu amor pela Igreja é maior do que o que sinto pela política”, afirma.

Dos 40 anos de Williams, mais ou menos 11 anos foram dedicados a Itaporanga, como estudante, seminarista, diácono e sete anos como padre. “Por natureza, o ser humano é político, então temos a tendência. Mas o nosso objetivo agora não é o de almejar nenhum cargo político. É o de ver o bem para Itaporanga. O que o padre Williams Oliveira quer para Itaporanga é uma cidade para todos, onde todos possam gozar do bem-comum. Que todos estejam bem e sempre. Eu não vou ficar feliz vendo uns bem e outros mal. Uns sendo bem atendidos e outros não sendo bem atendidos. Uns com pães na mesa e outros sem pães na mesa. É aí onde o coração do padre toca”, avisa o religioso.

“Eu estou fora de Itaporanga. Estou em outro caminho, mas o povo de lá sempre me liga, manda mensagem. O povo sempre me reivindica trabalho e eu tenho dito: não posso ajudar se ninguém me ajudar a ajudar. Fizemos um projeto com o prefeito atual, Otávio Sobral, para ajudar o povo, mas no final eu fiquei de fora. Mas mesmo assim não deixei de ajudar ao povo e o que eu posso eu venho fazendo: dando uma palavra, anunciando alguma coisa”, diz ele.

Na política de Itaporanga há uma conjetura quase confirmada de que o padre Williams Oliveira será o pré-candidato a vice-prefeito numa eventual chapa a vir ser montada por Gracinha Garcez – e isso é visto como algo que detonaria a chapa de reeleição do prefeito Otávio Sobral. O máximo que o padre confirma nesse contexto é que não tem sequer uma filiação partidária ainda. “Mas estamos a caminho de um partido. Foram oferecidas para mim várias siglas. Na verdade, todas as de Itaporanga”, diz ele.

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